Essa vaga, serve mesmo para você?

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Quais são seus critérios, na hora de buscar por uma vaga de emprego, ou mesmo enviar um currículo? 

Aliás, existe algum critério?

A gente sabe, que no momento da necessidade, acaba por aceitar até mesmo aquele tipo de vaga, que um dia juramos nunca aceitar, mas se por acaso ela aparecer … hum..

Ok, mas e depois? E quando você for contratado?

Vou além, e quando chegar o momento que você descobrir que essa vaga não é para você? Pode acontecer.

Sabe aquele trabalho, que você sofre aos domingos, de pensar que tem que levantar cedo no dia seguinte para ir trabalhar, ou aquele ambiente que é tão ruim e pesado que você gostaria de estar em qualquer outro lugar, na presença de qualquer outra pessoa, menos daquelas que estão ali, naquele momento.

Isso é bem comum de acontecer, e me arrisco a dizer que a culpa pode ser sua.

Como assim Ana Paula, eu precisava do emprego, não podia escolher.

Será que não podia mesmo?

Muitas pessoas, quando buscam por uma vaga de emprego, tem em mente, que a empresa tem que os escolher, se quer param pra pensar em escolher a empresa. Isso acontece porque certamente o candidato não sabe sobre si mesmo, o famoso autoconhecimento.

Um tempo desses, uma de minhas amigas, me ligou contando que havia sido chamada para uma entrevista, em uma das diversas empresas para a qual havia se candidatado, e que já estava na terceira etapa do processo seletivo. Foi quando ela se deu conta, de que a tal vaga não era pra ela.

Por mais que se encaixasse em todos os requisitos solicitados pela vaga, ela percebeu que a vaga não se encaixava em seus critérios pessoais.

O salário era bom, havia vale transporte, vale alimentação, e ela trabalharia segunda a sexta feira das 08:00 às 18:00hrs e sábados até o 12:00hrs.

Até aqui, tudo certo para uma vaga de trabalho, no entanto, durante a entrevista o recrutador perguntou a ela:

Você tem disponibilidade, para entrar mais cedo ou para sair mais tarde, quando for necessário?

Sim, eu tenho ( foi a resposta dela na hora).

Mas quando chegou em casa, é que então essa minha amiga se deu conta, de que não, ela não tinha essa disponibilidade.

E para você que me acompanhou até aqui, pode estar bem surpreso, tanto quanto eu fiquei quando ouvi a história dela, afinal para que aceitar a vaga então, ou melhor o que a vaga tinha de tão ruim assim.

Bem, ela me explicou, que começou a trabalhar ainda muito novinha, e que desde sempre, ela levantava mais cedo e só voltava para casa muito tarde. Por um tempo, apenas por causa dos lugares em que trabalhava, boa parte deles por conta da distância e depois de um tempo, por causa da faculdade, que inclusive foi uma escolha de vida.

E agora, que estava praticamente formada, queria mais, buscava por qualidade de vida.

A vaga de fato era boa, mas exigiria dela horas extras, e cá entre nós, se o recrutador já questionou sobre a disponibilidade dela em fazer horas extras, logo de cara na entrevista, ela sabia que a excessão viraria uma regra.

Para quem deseja fazer uma carreira dentro de uma empresa privada, isso não é um empecilho, mas aceitar essa vaga nesse momento da vida, significava que alguns planos ficariam para depois.

O que o autoconhecimento tem haver com tudo isso?

Muito simples, já se perguntou o que você quer da vida, ou onde você deseja estar em cinco anos? ( eu sei, os recrutadores adoram fazer essa pergunta)

Acontece, que se você tem planos, deveria fazer o possível para conquistá-los e nem sempre trabalhar durante 8 horas por dia, 5 a 6 dias por semana, fazendo horas extras, poderá te levar a onde você quer, sabe porquê?

Você vai estar cansado, não terá energia para então ir de fato em busca do que quer e pode cair em uma rotina que você não desejava e no final ainda vai culpar a empresa, por estar “sugando” suas energias e por não ter ânimo para mais nada.

Foi isso, que a minha amiga considerou. Ela não estava disposta a abrir mão de seus planos pessoais, por uma vaga de emprego que naquele momento, não estava alinhada com seus objetivos

Não que ela não estivesse precisando, afinal, na hora da necessidade, a gente pega o que vier, certo?

Mas não deveríamos.

Ha, o autoconhecimento, é isso, é sobre você saber até onde está disposto a ir, para conquistar o que deseja, em alguns momentos será preciso abrir mão daquela vaga que parece ser perfeita.

Esse conhecimento de si, pode te salvar, do sofrimentos de domingo a noite e da insatisfação de estar na presença de pessoas que você não gostaria de estar.

No fim das constas, consciente ou não, a escolha é sempre sua.

Ana Paula
Ana Paula
Gosta de gente, de ouvir e de falar. Ama um áudio longo, café e chá. Tereré também, anota aí na lista, e mais um tanto de outras coisas que até Deus dúvida.. Há, é psicóloga também, pode indicar. E caso precise, pode com a Ana contar ;)

4 Comments

  1. Edna Souza disse:

    Que texto incrível Ana!

  2. Ana Rosa disse:

    Bem vejo essa questão da seguinte forma, não podemos rejeitar emprego temos que pegar o que aparecer vou trabalhando e depois consigo outro na minha área, o importante e ter trabalho, vejo assim porque fui educada para não escolher trabalho. E agindo assim ficaríamos a vida inteira sem esse direito de escolha.

    • Ana Paula disse:

      É bem isso mesmo, muitos de nós, fomos ensinados de que emprego não se escolhe.
      No entanto, precisamos pensar, onde ficam nossas direitos de escolha? Ou ainda nosso prazer?
      Enquanto continuarmos a replicar a ideia de que trabalho não se escolhe, continuaremos a ver pessoas que trabalham sem o minímo de prazer.

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