As transições de Fátima Bernardes
Em 1987 estreava no jornalismo da Rede Globo a jornalista Fátima Bernardes, no entanto este nome seria de fato conhecido dois anos depois, como apresentadora do Jornal da Globo.
Fátima trabalha como jornalista na mesma empresa – a Rede Globo – há 35 anos, sendo que 14 anos foram nas bancada de telejornais. A jornalista passou por programas como Fantástico, Jornal da Globo e RJTV. Mas a necessidade de dar um novo rumo a sua vida profissional, fez com que ela apresentasse um novo projeto a empresa, e em junho de 2012 foi ao ar o novo programa de entretenimento da casa, o Encontro com Fátima Bernardes.
Com o novo projeto, Fátima pode trazer um pouco mais dela mesma para a televisão. Se na bancada do JN, ela era a jornalista séria e a esposa do William Bonner, em seu programa diário foi possível trazer muito mais da sua essência.
Para quem não sabe, Fátima começou no balé aos 7 anos de idade, na adolescência tornou-se bailarina profissional dançando por quase 20 anos, chegando a fazer parte do corpo de baile da TV Globo. Com medo de não obter o sucesso profissional como bailarina, ela então se dedicou ao jornalismo estudando na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e assim deu início a sua trajetória de sucesso no jornalismo.
Quando assumiu o programa Encontro, seu desejo foi mostrar um pouco mais dela mesma. Neste projeto ela pode voltar a dançar e interagir com o público. Além de poder abordar temas polêmicos e atuais ouvindo a opinião da plateia e de convidados famosos, tudo isso acompanhado por música.
Mudar de carreira é o desejo de muitos profissionais, sejam pelos mais variados motivos.
Podem ser eles: mudar/sair da rotina, tentar e experimentar coisas novas, sair da mesmice mesmo que não se tenha uma rotina, aprender algo novo. De acordo com o sociólogo francês Gilles Lipovetsky, somos colecionadores de experiências , pois temos medo de ver a vida passar e sentir que não a aproveitamos.
Muitos de nós já compreendeu que o trabalho não precisa ser algo penoso ou sacrificante, é possível ser feliz, encontrar o sucesso e ainda viver disso, como trabalho.
E é isso que tantas pessoas assim como Fátima Bernardes, fizeram sua transição de carreira.
Atualmente, ela está em sua terceira transição. A primeira foi quando deixou a dança para cursar jornalismo na UFRJ,a segunda foi quando se arriscou e levou seu projeto de um programa diário de entretenimento e atualmente migrando para um programa semanal, o The Voice.
A nova mudança na carreira acontece porque Fátima buscava por qualidade de vida e tempo com a família.
E quem não deseja isso não é mesmo?
Talvez você possa estar pensando, que , todas essas mudanças na carreira dela só foram possíveis por ela estar em uma empresa como a Rede Globo e ser conhecida nacionalmente.
Mas preciso lhe contar o quanto você possa estar enganado. A transição de carreira é uma possibilidade para todos, de todas as classes. Inclusive me arrisco a dizer que, a possibilidade de você já ter passado por uma transição seja grande e talvez você nem tenha percebido.
Quer ver só?
Você se lembra do seu primeiro emprego? Por acaso você trabalha na mesma função ainda?
Se a resposta foi não, é sinal de que você fez uma transição e nem percebeu.
Transição de carreira é a mudança que acontece na própria área de trabalho ou para outra área.
A faculdade é um bom exemplo dessa transição. Quando finalizamos a graduação estamos fazendo a transição da vida acadêmica para o mundo do trabalho.
Há um tempo atrás as profissões eram uma espécie de herança de família. Os filhos seguiam a profissão de seus pais, sem questionamentos. Depois novas atividades foram surgindo e com elas novos profissionais, até que a estabilidade passou a ser algo desejado, era motivo de sucesso se aposentar tendo trabalhado na mesma empresa por muitos anos. Quem sabe até na mesma área. Subir de cargo se tratava mais de tempo de casa do que competência ou qualificação.
Certamente essa medida de sucesso é o que fez com que muitos pais desejassem para seus filhos uma carreira no serviço público, pois é sinônimo de estabilidade.
Mas de uns tempos para cá, muitas coisas mudaram, e ter apenas um registro em carteira nem é mais “tão” legal assim. Ao contrário, dependendo da sua idade pode ser um indicio de que você talvez não seja uma pessoa que se arrisca ou algo assim.
o que leva hoje muitos trabalhadores a buscarem por um novo campo de trabalho não é apenas desejo de sair da mesmice e tentar algo novo, mas quem sabe se desafiar, enfrentar algum tipo de medo e claro qualidade de vida. Ter mais tempo com a família e para si mesmo.
Ainda falando sobre o tempo que passa, se antes o trabalho era visto como obrigação no presente ele já é visto como parte de nossas vidas e buscar por uma atividade que nos proporcione prazer e que ainda seja possível se sustentar, quem não quer.
E esses fatores levam muitos de nós a transicionarmos em nossas carreiras. Seja transformando o hobbie em uma atividade séria ou realizando uma segunda ou terceira graduação, quem sabe ainda resgatando aquela vontade da juventude de viver da profissão que todos diziam que não ter futuro.
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